sábado, 21 de novembro de 2009

Bom

Certa vez me mandaram crescer. E eu me perguntei o que era crescer? Em quê aquela pessoa queria que eu me tornasse? Um homem estressado e atarefado com muito trabalho e conta pra pagar, um homem que acha que ser pai é trazer o pão para a mesa apenas, e que esquece que mais que isso, dar carinho, atenção, amor aos filhos é educá-los, é ser pai.
Aí está o senso de direção das pessoas. Crescer é deixar de fazer o que se fazia quando criança, é se preocupar com "coisas maiores", trabalho, estudo, dinheiro, trânsito, política. Estas são as coisas maiores. Quanta prepotência e ignorância num lugar tão pequeno. Se isso é crescer, prefiro continuar pequeno, e ser quem sempre fui. Acocorar-me e seduzir-me a mim mesmo - como dizia Nietzsche. Olhar de dentro do carro lá o horizonte, o sol se pondo maravilhosamente, os pássaros a voar em frente àquela natureza tão bela. O vento que lentamente faz os galhos se inclinarem e tremem suas folhas verdes, tão vivas. A aragem batendo no rosto, a cabeça levemente inclinada para trás, sem se preocupar com o mundo pequeno, apenas a sonhar, a sonhar sempre. A sensação branda da paz, o espírito da natureza que me leva para seu mundo de sonhos, seu mundo verde e florido, de sol, de raios, de sons, de água, de luz, de tato e de cheiro. Que paz. Que alegria contida, que sensação boa de liberdade. Sensação de estar em harmonia com o universo, sensação de bem estar, de direção, de repouso, do divino, do eterno, do belo. Como é bom viver. Como é bom ser nós mesmos. Como é bom aproveitar essa vida maravilhosa.

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