quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mundo

Me pergunto de instante em instante a quê devo seguir. Afinal, o que devo fazer, qual é mesmo o caminho. Qual das minhas idéias e ideais é a verdade, e por que é tão difícil descobrir. Quando olho no espelho, vejo a figura de um garoto que não dá mostras de ter mais que 16 anos. Mas aí quando lembro que sou de maioridade, tento me conscientizar das responsabilidades que me ensinaram, dos caminhos que me propuseram, ou dos que me foram muitas vezes impostos. E por um momento eu me vejo convicto de assumir essas responsabilidades e de seguir esses caminhos. Mas de a pouco estou lá novamente, vivendo em favor do meu mundo. Que mundo é esse? Um mundo absolutamente distante e estranho a qualquer um destes paradigmas que tentaram me impor. É onde eu encontro as ocupações com que me identifico, é onde está o conciliador das minhas pré disposições. Eles não conhecem esse meu mundo, sabem vagamente que eu vivo em favor de "outras coisas", mas estão longe de descobrir que coisas são essas.
O dinheiro nunca me atraiu. Por vezes sinto mesmo aversão ao dinheiro. Pelos ambiciosos, minha repulsa é inata. De maneira nenhuma vivo em favor do dinheiro. Eles querem que eu faça isso, mas eu não quero. Hoje ainda pensei, num segundo, que o sentido da vida na terra seria trabalhar, ganhar muito dinheiro e viver bem. Mas senti aversão logo à essa idéia. Sei bem que muitos vivem em favor disso, mas não eu. Eu vivo por outras coisas, e ocupo meu tempo com elas. Minha maior irritação é quando me tiram do meu mundo, e tentam me colocar no deles. Às vezes chego a detestá-los por isso, sei que nada posso fazer. Minha máxima é que o maior pecado da humanidade é a hipocrisia. Eu tento ser sempre sincero, e por isso, detesto cada vez mais o mundo deles, ao passo que amo ainda mais o meu. Ainda que enlouqueça, não vou ser escravo do dinheiro, nem das ocupações triviais e superestimadas dessas pessoas.
Ninguém pede para vir ao mundo, e se vem, deve ter ao menos o direito de escolher qual caminho seguir. E eu escolhi, estou seguindo, sempre contente, por minhas estradas, com minhas carruagens, nessa grande corrida para a luz.
Agora vou orar e dormir. Sei que amanhã vai ser um dia como os outros, faço o que eles querem forçosamente, e sempre com a cabeça no meu mundo. Eu não penso no futuro, não que eu não queira, é que não consigo. Pra mim, a vida é o agora. Santo Agostinho já dizia que não se pode raciocionar em um tempo que não existe: o passado e o futuro. Tudo que temos é o presente, e é por isso que quero desde já ser seguidor de minhas vontades, e não escravo das deles. Deixa eu correr, deixa eu mergulhar de cara nesse mundo, aí está você, sempre sorrindo, sempre de braços abertos, cá estou eu, vamos viajar juntos e chegar ao nosso destino.

Um comentário:

  1. Eita. Complicado isso da gente ter que viver o que os outros querem.
    De certo modo eu sempre fui meio independente, passei por isso muito pouco e foi realmente insuportável!
    As pessoas tentaram dar palpites na hora em que fui escolher minha profissão, dizendo que eu deveria escolher um curso que me desse dinheiro, mas eu não penso assim, nunca pensei.
    Hoje eu sou feliz com o curso que EU escolhi, e sim, até ganho dinheiro com ele. Mesmo esse não sendo meu objetivo.
    Se vc tiver fé, conseguirá ir longe!
    Beijo!

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